Malhação

Por Alícia Baptista
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Os benefícios da prática de atividades físicas para o corpo e para a mente são inegáveis. Malhar ajuda a emagrecer, a ganhar músculos, dá mais disposição, joga a autoestima lá para cima, libera energias. Mas é importante tomar cuidado para não exagerar e transformar a vontade de conquistar um corpo sarado em obsessão.

Quem começa a ralação na academia experimenta a sensação de prazer provocada pela atividade física. O segredo de todo essebem-estar se chama endorfina, um hormônio liberado durante a prática de exercícios.

Uma substância que a jornalista Rosane Vieira, 56 anos, conhece bem. Ela se considera viciada em exercícios. “Pratico todos os dias alguma atividade aeróbica, como jump e spinning, seguida de musculação ou de ginástica localizada. Atualmente, estou malhando também com a orientação de um personal trainer para intensificar o meu treino”, conta.

Rosane garante que a academia fez muito mais por ela do que apenas transformar o corpo. “Malhar é muito bom! Faz um bem enorme para a minha mente. Considero a malhação um vício mesmo. Nem penso em largar algo que faz eu me sentir tão bem”, afirma.

A malhação passou a ser uma das prioridades da vida da jornalista, que só deixa de ir à academia quando viaja. “Se eu faltasse por qualquer motivo, ficaria mal humorada e me cobraria por não ter ido”, explica.

A estudante Aline Barros, 22 anos, também considera exercícios físicos um remédio para corpo e mente. Ela deixa até de badalar para malhar: “Somente às sextas-feiras dou prioridade à saída com os amigos”, conta Aline, que, além da academia, também faz aulas de dança.

Para a estudante, esse é o momento que ela tira para relaxar e se distrair. “A rotina atribulada muitas vezes impede a gente de parar para relaxar e bater um papo. Considero a malhação e a dança terapias. Se deixo de malhar por uma semana, fico de mau humor mais facilmente”, diz.

Cuidado com os excessos!

Malhar faz bem, mas o excesso de atividades físicas pode ser prejudicial. Vamos combinar que nenhum vício é bom, né? Tudo tem que ter um limite. “A prática exagerada de atividades físicas aumenta o risco de lesões articulares e musculares e contribui paraqueda de imunidade”, alerta a professora de Educação Física Bianca Passarini, da Triathon Academia, em São Paulo.

Um conselho para quem não quer abrir mão de pegar peso todo dia é malhar os mesmos grupamentos musculares em um intervalo de pelo menos 48 horas. “Quando trabalhamos um músculo, causamos pequenas lesões consideradas benéficas, porque aumentam a massa muscular se houver descanso para o músculo se regenerar', explica a professora.

É por isso que nem sempre quem pega pesado na malhação obtém os resultados esperados. “Se esse intervalo não for respeitado, o músculo não regenera e não há um aumento da massa muscular. Além disso, trabalhar sempre o mesmo músculo pode trazer riscos para a saúde e provocar lesões”, acrescenta Bianca Passarini.

Na medida certa

A professora de Educação Física Daiana Doro recomenda no máximo duas horas diárias de atividades físicas. “Uma para atividades aeróbicas e uma de musculação são suficientes. É claro que varia de pessoa para pessoa. Uma avaliação física vai indicar o condicionamento físico de cada um”, coloca a professora.

Para se dedicar a uma rotina de exercícios sem cometer abusos, Daiana Doro faz um alerta: “A pessoa está exagerando no treino quando sente dores durante e depois da malhação e não interrompe os exercícios”, explica, dizendo ainda que a academia se torna um vício quando permitimos que isso afete a vida social.

Fique atenta, pois a prática de atividades físicas deve servir para te proporcionar saúde e prazer – e não para prejudicá-la.